A SEPARAÇÃO CONJUGAL E AS SUAS ETAPAS
* Roque Theophilo
A separação conjugal ocupa na escala desenvolvida pelos especialistas em Estresse da Universidade de Washington, Holmes e R. Rahe, valor ou nível de ponderável em nossa vida.
Cada acontecimento é medido como uma Unidade de Mudança de Vida (UMV).
Vejamos como é avaliado:
ACONTECIMENTO UMV
MORTE DO CÔNJUGE 100
DIVÓRCIO 73
SEPARAÇÃO MARITAL 65
Portanto enquanto a morte do cônjuge ocupa 100 UMV, o Divorcio 73 UMV e a Separação 65 UMV.
Daí se conclui que a separação conjugal gera um estresse com valor em UMV bem próximo ao da morte do cônjuge.
Os mecanismos psicológicos que geram a separação tem um ciclo que pode ser assim conceituado:
1 - AS PRIMEIRAS SEMANAS
É normal que nas duas primeiras semanas de separação surja uma sensação estranha de perda com uma repercussão psicológica de confusão e com um total descontrole emocional, com dificuldades para voltar a rotina normal do trabalho e dos hábitos de vida. Se recomenda não negar esta parte do processo, não reprimir-se, não bloquear-se, muito pelo contrário: é aconselhável deixar fluir o sentimento de perda, desabafar cada vez que sentir ímpeto, falar da pessoa que se separou mas deve haver uma precaução para que não sejam cultivados nesta primeira etapa que tendem a aparecer pensamentos e sentimentos de culpa, rancores e tendência a depressão.
Estes aspectos devem começar a processar, como ponto de partida para poder superar e vencer o "duelo" e iniciar assim, de forma digna e adequada, a reconstrução da vida pois que apesar do evento separação ela continua.
É muito importante ter em conta, durante essas primeiras seis ou oito semanas, de se abster de tomar decisões importantes que podem ter conseqüências funestas em futuro próximo, ou a médio prazo, como: vender a casa, liquidar um negocio, trancar matrícula em cursos, trocas drásticas nos hábitos e na rotina de vida e, etc.
Deve dar um prazo conveniente para novas relações afetivas sentimentais pois que da mesma forma quando perdemos por falecimento alguém muito próximo nos tornamos estressados, fragilizados, sensíveis e impressionáveis.
Tudo deve ser encarado como normal e lógico e devemos ter em mente que estamos diante de um evento humano e não diante uma enfermidade, e portanto tudo é normal e lógico
2 - O primeiro ano.
Também deve entender-se como parte normal do processo que, de vez em quando, surgem algumas recaídas no ânimo embora com duração mais curta de períodos de tristeza e de depressão, que aos poucos vão se espaçando, embora em alguns casos estas recaídas surgem por espaços mais longos, e paulatinamente sua intensidade será um pouco menor; em caso de continuar apresentando fortes e intensas etapas depressivas, é aconselhável consultar um especialista.
Nesta etapa do primeiro ano, mais ou menos, devemos ter em mente que não é padrão em todos os casos e que nem todas as pessoas demoram o mesmo período de tempo. Dissemos que durante o primeiro ano é normal que se apresentem períodos difíceis, que coincidem quando surgem efemérides importantes tais como natal, fim de ano, datas natalícias; em alguns casos, o primeiro aniversário é especialmente lembrado e não devemos estranhar as manifestações emocionais que podem se apresentar, estas não significam necessariamente que o ajustamento não esta sendo processando, e tampouco significa que foram destruídas as vitórias conquistadas até o presente momento. Estas recaídas costumam ser de curta duração e por alguns dias se conseguirá tomar o rumo normal de vida
Podemos levar em consideração que criar "cicatrizes" não significa esquecer e nem "deixar de amar ", será más fácil adaptar-se, entender e aceitar que se podemos sobreviver, e que a vida deve continuar que há outras pessoas em nossa volta que também são importantes para nós. Durante esta etapa inicia-se a reacomodação a novos eventos e etapas, reencontrando-se e reordenando a vida.
Durante este primeiro ano, podem iniciar-se novas oportunidades, novos compromissos profissionais e a predisposição de elaborar novos planos de vida, com maior dignidade.
Que a nova vida seja una maneira de mostrar ao ausente que a força de vontade de lutar nos colocou novamente em pé lembrando a velha canção "Levante, sacode a poeira e passe por cima".
3 - A partir do primeiro ano.
Em nenhum momento, e por nenhum motivo, devemos sentir-nos culpados de iniciar uma nova vida conjugal.
Façamos a seguinte reflexão: Se pudéssemos perguntar ao nosso ex. companheiro(a): "Você está de acordo que eu reconstrua a minha vida? Com certeza ele(a) diria: "Renove sua vida, siga adiante, quero ver você ter reencontrado sua alegria de viver, e não me faças sentir culpado(a) de ter destruído sua felicidade. Eu estou bem, nada me angustia, nada me preocupa, nada me importuna. Consideremos que o luto é muito mais diferente do que se levar uma roupa preta, uma pessoa vestida de roupa colorida e que honra com amor, com dignidade e com respeito a memória de seu parente falecido, mostra uma respeito mais leal do que alguém vestido totalmente de preto e que internamente não respeita e nem dignifica sua saudade. Nesta terceira etapa, mais ou menos a partir do primeiro ano, normalmente nos vamos reintegrando familiar e socialmente.
Algo muito importante começa agora: que o conhecimento de que se é possível sobreviver, e o descobrimento de que se é possível seguir adiante.
Reconhecemos agora, dentro de nos, o valor e a inteireza que necessitamos - conhecer o verdadeiro significado do amor, a tolerância, a compreensão e a paciência.
Reconhecemos agora o que significa a superação de um processo triste doloroso, e que já temos vivido e sobrevivido a uma gravíssima situação traumática e emocionalmente muito estressante e, portanto, somos e devemos ser pessoas mais maduras e mais fortes espiritualmente.
PÍLULA DA FRATERNIDADE
Na separação não cultive ódio pois que ele não cabe em grandes mentes Aquele que perde uma relação amorosa perde muito, mas aquele que perde a fé perde tudo.
Na crise da separação prepare a sua mente nos dias melhores que virão
* Psicólogo e Jornalista Profissional, é autor do título « O Amigo Psicólogo ® ». Presidente das Academia Brasileira de Psicologia e Academia Internacional de Psicologia, e um dos pioneiros da Psicologia no Brasil.
* Roque Theophilo
A separação conjugal ocupa na escala desenvolvida pelos especialistas em Estresse da Universidade de Washington, Holmes e R. Rahe, valor ou nível de ponderável em nossa vida.
Cada acontecimento é medido como uma Unidade de Mudança de Vida (UMV).
Vejamos como é avaliado:
ACONTECIMENTO UMV
MORTE DO CÔNJUGE 100
DIVÓRCIO 73
SEPARAÇÃO MARITAL 65
Portanto enquanto a morte do cônjuge ocupa 100 UMV, o Divorcio 73 UMV e a Separação 65 UMV.
Daí se conclui que a separação conjugal gera um estresse com valor em UMV bem próximo ao da morte do cônjuge.
Os mecanismos psicológicos que geram a separação tem um ciclo que pode ser assim conceituado:
1 - AS PRIMEIRAS SEMANAS
É normal que nas duas primeiras semanas de separação surja uma sensação estranha de perda com uma repercussão psicológica de confusão e com um total descontrole emocional, com dificuldades para voltar a rotina normal do trabalho e dos hábitos de vida. Se recomenda não negar esta parte do processo, não reprimir-se, não bloquear-se, muito pelo contrário: é aconselhável deixar fluir o sentimento de perda, desabafar cada vez que sentir ímpeto, falar da pessoa que se separou mas deve haver uma precaução para que não sejam cultivados nesta primeira etapa que tendem a aparecer pensamentos e sentimentos de culpa, rancores e tendência a depressão.
Estes aspectos devem começar a processar, como ponto de partida para poder superar e vencer o "duelo" e iniciar assim, de forma digna e adequada, a reconstrução da vida pois que apesar do evento separação ela continua.
É muito importante ter em conta, durante essas primeiras seis ou oito semanas, de se abster de tomar decisões importantes que podem ter conseqüências funestas em futuro próximo, ou a médio prazo, como: vender a casa, liquidar um negocio, trancar matrícula em cursos, trocas drásticas nos hábitos e na rotina de vida e, etc.
Deve dar um prazo conveniente para novas relações afetivas sentimentais pois que da mesma forma quando perdemos por falecimento alguém muito próximo nos tornamos estressados, fragilizados, sensíveis e impressionáveis.
Tudo deve ser encarado como normal e lógico e devemos ter em mente que estamos diante de um evento humano e não diante uma enfermidade, e portanto tudo é normal e lógico
2 - O primeiro ano.
Também deve entender-se como parte normal do processo que, de vez em quando, surgem algumas recaídas no ânimo embora com duração mais curta de períodos de tristeza e de depressão, que aos poucos vão se espaçando, embora em alguns casos estas recaídas surgem por espaços mais longos, e paulatinamente sua intensidade será um pouco menor; em caso de continuar apresentando fortes e intensas etapas depressivas, é aconselhável consultar um especialista.
Nesta etapa do primeiro ano, mais ou menos, devemos ter em mente que não é padrão em todos os casos e que nem todas as pessoas demoram o mesmo período de tempo. Dissemos que durante o primeiro ano é normal que se apresentem períodos difíceis, que coincidem quando surgem efemérides importantes tais como natal, fim de ano, datas natalícias; em alguns casos, o primeiro aniversário é especialmente lembrado e não devemos estranhar as manifestações emocionais que podem se apresentar, estas não significam necessariamente que o ajustamento não esta sendo processando, e tampouco significa que foram destruídas as vitórias conquistadas até o presente momento. Estas recaídas costumam ser de curta duração e por alguns dias se conseguirá tomar o rumo normal de vida
Podemos levar em consideração que criar "cicatrizes" não significa esquecer e nem "deixar de amar ", será más fácil adaptar-se, entender e aceitar que se podemos sobreviver, e que a vida deve continuar que há outras pessoas em nossa volta que também são importantes para nós. Durante esta etapa inicia-se a reacomodação a novos eventos e etapas, reencontrando-se e reordenando a vida.
Durante este primeiro ano, podem iniciar-se novas oportunidades, novos compromissos profissionais e a predisposição de elaborar novos planos de vida, com maior dignidade.
Que a nova vida seja una maneira de mostrar ao ausente que a força de vontade de lutar nos colocou novamente em pé lembrando a velha canção "Levante, sacode a poeira e passe por cima".
3 - A partir do primeiro ano.
Em nenhum momento, e por nenhum motivo, devemos sentir-nos culpados de iniciar uma nova vida conjugal.
Façamos a seguinte reflexão: Se pudéssemos perguntar ao nosso ex. companheiro(a): "Você está de acordo que eu reconstrua a minha vida? Com certeza ele(a) diria: "Renove sua vida, siga adiante, quero ver você ter reencontrado sua alegria de viver, e não me faças sentir culpado(a) de ter destruído sua felicidade. Eu estou bem, nada me angustia, nada me preocupa, nada me importuna. Consideremos que o luto é muito mais diferente do que se levar uma roupa preta, uma pessoa vestida de roupa colorida e que honra com amor, com dignidade e com respeito a memória de seu parente falecido, mostra uma respeito mais leal do que alguém vestido totalmente de preto e que internamente não respeita e nem dignifica sua saudade. Nesta terceira etapa, mais ou menos a partir do primeiro ano, normalmente nos vamos reintegrando familiar e socialmente.
Algo muito importante começa agora: que o conhecimento de que se é possível sobreviver, e o descobrimento de que se é possível seguir adiante.
Reconhecemos agora, dentro de nos, o valor e a inteireza que necessitamos - conhecer o verdadeiro significado do amor, a tolerância, a compreensão e a paciência.
Reconhecemos agora o que significa a superação de um processo triste doloroso, e que já temos vivido e sobrevivido a uma gravíssima situação traumática e emocionalmente muito estressante e, portanto, somos e devemos ser pessoas mais maduras e mais fortes espiritualmente.
PÍLULA DA FRATERNIDADE
Na separação não cultive ódio pois que ele não cabe em grandes mentes Aquele que perde uma relação amorosa perde muito, mas aquele que perde a fé perde tudo.
Na crise da separação prepare a sua mente nos dias melhores que virão
* Psicólogo e Jornalista Profissional, é autor do título « O Amigo Psicólogo ® ». Presidente das Academia Brasileira de Psicologia e Academia Internacional de Psicologia, e um dos pioneiros da Psicologia no Brasil.
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